terça-feira, 12 de junho de 2012

"Jour des Amoureux"


Não me lembro da última vez que choveu no dia dos namorados. Muito menos com uma chuva igual a de hoje, chuva com cara de março, com cara de fim de verão, chuva que veio só para dar esperança, trazer nostalgia e ir embora. É, hoje é dia dos namorados e essa chuva me fez pensar e escrever sobre esse dia no ônibus voltando para casa de mais uma aula na adorável e longe UNEB.

Jour des Amoureux (para leigos, a pronuncia é /jurr dez amurrêu/ lembrando que esse RR é o r chato do francês)... Mais um data capitalista, mais um dia conturbado no facebook, mais um dia em que os donos de floricultura, motéis e restaurantes estarão “very, very happy”. O dia dos namorados, também, é uma data importante para aqueles que são “desnaturados” (como minha vó diz), que não tem uma atitude para surpreender a pessoa amada. Uma outra função do dia dos namorados é deixar várias pessoas românticas e nostálgicas. Eu, por exemplo, sou uma delas.

A maioria das postagens do Facebook, hoje, era referido a esse dia lindo. Porém, nem todas eram desejando “feliz dia dos namorados”, a maioria se dividiram em melosidade ao extremo e “ser solteiro é foda”. Chegou a um ponto que eu não sabia o que sentia. Uma hora era engraçado, outra deprimente, depois começou a ficar ridículo.  Mas de boa, iniciei e fechei o dia com um sincero “feliz dia dos namorados”. Depois disso tudo, não pude deixar de ficar nostálgica e lembrar, desde minha adolescência, o que significava esse dia e as memórias que eu tenho dele.

Sou romanticazinha, muitas pessoas sabem disso, e por mais que eu acredite que dia dos ados é  forçado demais, já tive minha época de invejinha sadia e sonhar com esse dia. Quando eu estava na oitava séria até o terceiro ano, eu queria ter um namorado para quando chegar esse dia, receber um buquê de rosas na escola, ou aqueles carros de mensagem brega. Resumindo, na época, namorar para mim era demonstração de carinho em público na forma exagerada que causasse inveja. Depois dessa fase, dia dos namorados, era apenas um dia normal que os casais resolviam se presentear. Hoje, é uma data forçada, mas que pode vim a ser especial se o casal se amar, ser sincero e saber tornar esse dia, algo inesquecível, que por mais que briguem, se separem esse casal vai sempre se lembrar com carinho.

Atualmente, como muitos sabem, estou solteira e feliz, nada de carência de dia dos namorados, apenas uma nostalgia boa. Hoje, enquanto eu escrevia essas frases loucas e sem nexo sentada no ônibus voltando para casa, lembrei do meu primeiro dia dos namorados que passei comprometida. Ganhei uma cesta de chocolate, uma rosa e uma pulseira, dei uma caixa em forma de coração cheia de chocolate, com uma foto minha, que ao termino do namoro voltou a mim com a seguinte frase: “há encantos e desencantos, entre nós nada mais há”. Eu tinha 14 anos.

Já com os meus 20, ganhei de meu “ex ex” namorado, quando estávamos ficando, um ursinho que até hoje está em cima de minha cama. Lembro que me assustei porque eu tinha chegado de uma das viagens mais loucas de minha vida, e não esperava ganhar nada da pessoa que sempre sentirei um carinho enorme, além de que eu só estava ficando. Ano passado foi o ultimo ano, até agora, que passei namorando nessa data. E o que mais gostei, não foi o presente, a forma que foi dado, ou minha preocupação sem saber como presentear. O que mais gostei foi vê meu ex todo vestido de “homenzinho”, com blusa pólo e sapato no São João da Pastoral, só porque muito tempo antes eu vivia dizendo que ele tinha que ter uma blusa pólo. 

Moral da história. A vida é feita de detalhes, pra quê um presente super caro (que eu não iria reclamar kk), se a forma como ele é dado ou o que ele significa vem a ser o mais importante? Isso, pessoas lindas que lêem esse blog, também pode ser chamado de lembranças.

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